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Vírus Zika e Síndrome de Guillain-Barré

Hoje encontrei um pequeno texto no Facebook que achei importante compartilhar e me fez buscar mais informação sobre o vírus zika que está deixando todo mundo com uma sensação desagradável de insegurança, medo mesmo.
O mosquito não é novo por aqui, o aedes aegypti é antigo e sempre volta a ser o assunto de primeira quando o tempo esquenta e com as chuvas de verão. Chove, as poças de água se multiplicam, vem o sol e o ambiente perfeito para a proliferação do mosquito fica ideal.
A novidade esse ano são as viroses que não são passageiras, com sintomas que um bom repouso e acompanhamento médico resolvam. Casos de gestantes que foram contaminadas pelo vírus zika gerando crianças com microcefalia e hoje encontrei um perfil no Facebook onde uma a pessoa relata que sua mãe foi diagnosticada com a síndrome de Guillain-Barré.

O texto em questão vocês podem encontrar nesse link https://goo.gl/3lJ0pz, mas caso não tenha Facebook compartilho ele também aqui:
"Boa noite amigos! Quero compartilhar com vocês o dilema que eu e minha família temos vivido, com a finalidade de espalhar informações sobre o que alguns tentam abafar. Esperamos compartilhar com o máximo de pessoas possíveis para quem sabe, diminuir ou evitar o sofrimento em outras famílias.
Bom, no dia 27 de novembro minha mãe foi diagnosticada com o zika vírus. Os sintomas eram claros, as marcas começaram a surgir e se espalhar rapidamente pelo corpo dela, como mostra a primeira imagem. Ela sentiu coceira e incômodo nos primeiros dias, mas com a medicação as manchas foram sumindo aos poucos, porém os tornozelos incharam e doiam a cada dia mais. O problema verdadeiro veio a semana seguinte. No dia 5/12 minha mãe começou a sentir dormência nos pés e um pouco depois nos braços. A princípio ela achou que pudesse ser estresse... Mas então os sintomas foram progredindo. Ela começou a sentir fortes dores nas pernas e aumento da dormência... As mãos também ficaram dormentes e ela não segurava mais nada com firmeza. No dia 6/12 ela foi para uma Emergência onde disseram a ela que aquilo era apenas uma desidratação e a liberaram logo em seguida. Mas os sintomas só aumentaram e ela começou a perder a firmeza nas pernas, se estivesse de pé, de repente as pernas "falhavam" e ela caia... Começou então a só andar com ajuda. No dia 8/12 ela voltou ao médico onde tomou uma vitamina, mas as dormências não passaram. Eu estava muito preocupada com tudo o que ela estava sentindo e fui pesquisar. Achei um artigo científico que falava sobre a Guillian- Barré, mas como seu diagnóstico não é fácil, foi descartado inicialmente. Mas no dia 9/12 quando acordei vi no facebook e na tv especulações sobre a associação do zika vírus com a Guillian- Barré, corri com a minha mãe às pressas para um hospital em Copacabana pois eu buscava um lugar grande, com recursos onde pudessem investigar aqueles sintomas. Ao chegar lá minha mãe já estava com a boca, olhos e língua dormentes e "fisgando". Então minha mãe foi atendida por uma doutora maravilhosa e com certeza guiada por Deus que, observou cuidadosamente cada movimento que minha mãe tentava fazer e não conseguia, prestou atenção em cada detalhe das informações que demos a ela, sempre acalmando minha mãe. Pediu a ela uma tomografia e um exame de sangue que foram feitos e entregues poucas horas depois, como nenhum dos exames apontou irregularidades, a doutora pediu uma Punção Lombar (exame caro que consiste na retirada e análise do líquor, na medula espinhal). Com o resultado do exame, que chegou durante a madrugada do dia 10/12 minha mãe foi enfim diagnosticada com a síndrome e então transferida logo em seguida para um outro hospital, onde ofereciam o tratamento com imunoglobulina no CTI.
Hoje, dia 11/12 foi seu segundo dia de tratamento e as melhoras aparecem aos poucos. Ela começa a sentir as pernas e movimentar os braços.
Mas, apesar de não te-la em casa ainda, completamente saudável e comemorando sua recuperação, decidimos divulgar seu caso pelos simples fatos:

1- Hoje ela só está bem e em tratamento pq foi socorrida a tempo. Afinal, a síndrome já havia atingido a face;

2- Porque há muita falta de informação e não sabemos se existe mais casos como esse e se há diagnóstico ou tratamento disponível a todos e estamos tentando divulgar os sintomas e também sua rápida evolução;

3- Porque somos informadas no Hospital onde minha mãe foi diagnosticada que ela era um dos primeiros casos registrados e que talvez entrasse nas estatísticas, mas por não ser moradora da zona sul, infelizmente não teria tanta repercussão.

4- Porque achamos inadmissível que em pleno séc 21 ainda existam pessoas sofrendo e afirmo a vocês que, MORRENDO por conta da falta (proposital) de informação.

5- Explicar um pouco mais sobre a Guillian- Barré: Ela é uma síndrome de caráter autoimune e inflamatória. Afeta o sistema nervoso e pode provocar fraqueza muscular e paralisia (geralmente temporária) dos membros. Ela pode afetas pessoas de qualquer idade, começa a se manifestar por formigamentos nos pés e nas mãos e então vai subindo para os membros superiores. O formigamento e a alteração da sensibilidade dos membros vêm acompanhado de fraqueza nos músculos da face e da respiração (pode levar a óbito) o que faz com que o paciente precise ser tratado em UTI.
Na maioria das vezes a síndrome surge algumas semanas após uma infecção por vírus ou bactérias. O diagnóstico da SGB é clínico, porém reforçado por análise de liquor e achados de estudos neurofisiológicos.

6- Compartilhar com o maior número de pessoas que pudermos para alertar a população, para que tomem cuidado com a proliferação do mosquito e também com o sintomas que surgem. Para não desistirem de buscar um diagnóstico ou solução para o que estiver sentindo. Todos temos o direito de saber o que temos e principalmente de sermos tratados dignamente.

Obrigada amigos, compartilhem com quem puder!"

Junto com esse texto segue essa imagem:

https://goo.gl/3lJ0pz

Confesso que ainda não havia buscado informações sobre esse assunto, mas resolvi fazer umas pesquisas e compartilho aqui com você.

Um pouquinho da história do vírus Zika:

Foi isolado pela primeira vez em primatas não humanos em Uganda, na floresta Zika em 1947, por esse motivo esta denominação. Entre 1951 a 2013, evidências sorológicas em humanos foram notificadas em países da África (Uganda, Tanzânia, Egito, República da África Central, Serra Leoa e Gabão), Ásia (Índia, Malásia, Filipinas, Tailândia, Vietnã e Indonésia) e Oceania (Micronésia e Polinésia Francesa).
Nas Américas, o Zika Vírus somente foi identificado na Ilha de Páscoa, território do Chile no oceano Pacífico, 3.500 km do continente no início de 2014.
O Zika Vírus é considerado endêmico no Leste e Oeste do continente Africano. Evidências sorológicas em humanos sugerem que a partir do ano de 1966 o vírus tenha se disseminado para o continente asiático.
Atualmente há registro de circulação esporádica na África (Nigéria, Tanzânia, Egito, África Central, Serra Leoa, Gabão, Senegal, Costa do Marfim, Camarões, Etiópia, Quénia, Somália e Burkina Faso) e Ásia (Malásia, Índia, Paquistão, Filipinas, Tailândia, Vietnã, Camboja, Índia, Indonésia) e Oceania (Micronésia, Polinésia Francesa, Nova Caledônia/França e Ilhas Cook).

Casos importados de Zika virus foram descritos no Canadá, Alemanha, Itália, Japão, Estados Unidos e Austrália (12) Adicionar Ilha de Páscoa.

http://portalsaude.saude.gov.br/images/jpg/2015/maio/22/mapa-zika.jpg

Vocês sabem quais os sintomas, forma de transmissão, o que fazer se estiver com os sintomas? Vocês sabiam que podem e devem denunciar a Secretaria Municipal de Saúde quando encontrarem focos de criadouros do mosquito? Essas informações vocês podem encontrar no Portal da Saúde nesse link: portalsaude.saude.gov.br 

Abaixo compartilho perguntas e respostas importantes para entender um pouco mais sobre esse vírus e como se proteger.

O que é a febre por Vírus Zika?
 É uma doença viral aguda, transmitida principalmente por mosquitos, tais como Aedes aegypti, caracterizada por exantema maculopapular pruriginoso, febre intermitente, hiperemia conjuntival não purulenta e sem prurido, artralgia, mialgia e dor de cabeça. Apresenta evolução benigna e os sintomas geralmente desaparecem espontaneamente após 3-7 dias.

Como é transmitida?
O principal modo de transmissão descrito do vírus é por vetores. No entanto, está descrito na literatura científica, a ocorrência de transmissão ocupacional em laboratório de pesquisa, perinatal e sexual, além da possibilidade de transmissão transfusional.

Quais são os principais sinais e sintomas?
Segundo a literatura, mais de 80% das pessoas infectadas não desenvolvem manifestações clínicas, porém quando presentes são caracterizadas por exantema maculopapular pruriginoso, febre intermitente, hiperemia conjuntival não purulenta e sem prurido, artralgia, mialgia e dor de cabeça e menos frequentemente, edema, dor de garganta, tosse, vômitos e haematospermia. Apresenta evolução benigna e os sintomas geralmente desaparecem espontaneamente após 3 a 7 dias. No entanto, a artralgia pode persistir por aproximadamente um mês.
Recentemente, foi observada uma possível correlação entre a infecção ZIKAV e a ocorrência de síndrome de Guillain-Barré (SGB) em locais com circulação simultânea do vírus da dengue, porém não confirmada a correlação.

Qual o prognóstico?
Em suma, vem sendo considerada uma doença benigna, na qual nenhuma morte foi relatada e autolimitada, com os sinais e sintomas durando, em geral, de 3 a 7 dias. Não vê sendo descritas formas crônicas da doença.

Há tratamento ou vacina contra o Zika vírus?
Não existe O tratamento específico. O tratamento dos casos sintomáticos recomendado é baseado no uso de acetaminofeno (paracetamol) ou dipirona para o controle da febre e manejo da dor. No caso de erupções pruriginosas, os anti-histamínicos podem ser considerados. No entanto, é desaconselhável o uso ou indicação de ácido acetilsalicílico e outros drogas anti-inflamatórias em função do devido ao risco aumentado de complicações hemorrágicas descritas nas infecções por síndrome hemorrágica como ocorre com outros flavivírus.
Não há vacina contra o Zika vírus.
A SVS/MS informa que mesmo após a identificação do Zika Vírus no país, há regiões com ocorrência de casos de dengue e chikungunya, que, por apresentarem quadro clínico semelhante, não permitem afirmar que os casos de síndrome exantemática identificados sejam relacionados exclusivamente a um único agente etiológico.
Assim, independentemente da confirmação das amostras para ZIKAV, é importante que os profissionais de saúde se mantenham atentos frente aos casos suspeitos de dengue nas unidades de saúde e adotem as recomendações para manejo clínico conforme o preconizado no protocolo vigente, na medida em que esse agravo apresenta elevado potencial de complicações e demanda medidas clínicas específicas, incluindo-se a classificação de risco, hidratação e monitoramento.

Como evitar e quais as medidas de prevenção e controle?
As medidas de prevenção e controle são semelhantes às da dengue e chikungunya. Não existem medidas de controle específicas direcionadas ao homem, uma vez que não se dispõe de nenhuma vacina ou drogas antivirais.

Prevenção domiciliar
Deve-se reduzir a densidade vetorial, por meio da eliminação da possibilidade de contato entre mosquitos e água armazenada em qualquer tipo de depósito, impedindo o acesso das fêmeas grávidas por intermédio do uso de telas/capas ou mantendo-se os reservatórios ou qualquer local que possa acumular água, totalmente cobertos. Em caso de alerta ou de elevado risco de transmissão, a proteção individual por meio do uso de repelentes deve ser implementada pelos habitantes.
Individualmente, pode-se utilizar roupas que minimizem a exposição da pele durante o dia quando os mosquitos são mais ativos podem proporcionar alguma proteção contra as picadas dos mosquitos e podem ser adotadas principalmente durante surtos, além do uso repelentes na pele exposta ou nas roupas.

Prevenção na comunidade
Na comunidade deve-se basear nos métodos realizados para o controle da dengue, utilizando-se estratégias eficazes para reduzir a densidade de mosquitos vetores. Um programa de controle da dengue em pleno funcionamento irá reduzir a probabilidade de um ser humano virêmico servir como fonte de alimentação sanguínea, e de infecção para Ae. aegypti e Ae. albopictus, levando à transmissão secundária e a um possível estabelecimento do vírus nas Américas.
Os programas de controle da dengue para o Ae. aegypti, tradicionalmente, têm sido voltados para o controle de mosquitos imaturos, muitas vezes por meio de participação da comunidade em manejo ambiental e redução de criadouros.

Procedimentos de controle de vetores
As orientações da OMS e do Ministério da Saúde do Brasil para a dengue fornecem informações sobre os principais métodos de controle de vetores e devem ser consultadas para estabelecer ou melhorar programas existentes. O programa deve ser gerenciado por profissionais experientes, como biólogos com conhecimento em controle vetorial, para garantir que ele use recomendações de pesticidas atuais e eficazes, incorpore novos e adequados métodos de controle de vetores segundo a situação epidemiológica e inclua testes de resistência dos mosquitos aos inseticidas.

Como denunciar os focos do mosquito?
As ações de controle são semelhantes aos da dengue, portanto voltadas principalmente na esfera municipal. Quando o foco do mosquito é detectado, e não pode ser eliminado pelos moradores de um determinado local, a Secretaria Municipal de Saúde deve ser acionada.

O que fazer se estiver com os sintomas de febre por Vírus Zika?
Procurar o serviço de saúde mais próximo para receber orientações. 


No dia 10 de dezembro/15 foi publicada uma reportagem no site G1 sobre a relação do vírus zika com a síndrome de Guillain-Barré:

O número de casos de uma síndrome rara cresceu em pelo menos cinco estados brasileiros.
O Ministério da Saúde afirma que pode ter relação com o zika vírus, mas a situação continua sendo investigada.
A relação do zika vírus, transmitido pelo Aedes aegypti, com a microcefalia já foi confirmada pelo Ministério da Saúde. Agora, o ministério esclarece que a infecção pelo zika também pode provocar a síndrome de Guillain-Barré.
Essa síndrome afeta o sistema nervoso e pode provocar fraqueza muscular e paralisia - geralmente temporária - dos membros.
Os músculos da face também podem ser afetados e, em casos mais graves, a respiração, o que faz com que o paciente precise ser tratado em unidades de terapia intensiva. Em alguns casos, pode até levar à morte.
Mas isso não significa que a pessoa contaminada pelo zika vai ter esta síndrome. A Guillain-Barré também pode resultar de outras infecções.
“Pode acontecer uma complicação neurológica em várias doenças causadas por vírus ou bactérias, mas isso é muito raro e em geral os sintomas são reversíveis”, explica Cláudio Maierovitch, do ministério da Saúde.
O Ministério da Saúde ainda esclareceu que continua investigando como o zika vírus estaria relacionado com a Guillain-Barré. O tratamento está disponível no SUS, mas não há dados nacionais de registros da síndrome, porque os hospitais não são obrigados a notificar os casos para as autoridades de saúde.
Mas pelo menos cinco estados observaram um aumento de ocorrências da síndrome, onde também se constatou a presença do zika vírus.
Em Pernambuco, foram 43 casos de Guillain-Barré em 2015. Em 2014, tinham sido só nove. Na Bahia, há 65 registros confirmados e 87 sendo investigados. Não há dados de anos anteriores, mas o número mais do que dobrou em apenas cinco meses.
O Rio Grande do Norte teve um aumento de 23 para 33 casos de 2014 para 2015. No Piauí, foram 42 casos em 2015 contra 23 em 2014. Minas Gerais teve 189 casos suspeitos até o fim de novembro. Em 2014, foram 155.
O vírus zika é identificado em testes de laboratório, mas a síndrome de Guillain-Barré precisa ser diagnosticada a partir de exames clínicos.
Na maioria das vezes, a síndrome ocorre algumas semanas depois de uma infecção.
“Tem muita condição clínica que parece Guillain-Barré, mas que não é. O critério do diagnóstico é fundamental em bases clínicas. Então atentem para um diagnóstico de um modo coerente para que se evite esse alarde de achar que tudo é zika, tudo é Guillain-Barré”, explica Osvaldo Nascimento, da Academia Brasileira de Neurologia."

Então, fica mais um alerta sobre as consequências de quem contrai esse vírus. Importante sempre buscar orientação Médica, cuidar dos ambientes evitando criadouros de mosquitos, usar repelente no corpo e no ambiente. Aqui estamos usando o Exposis no corpo e no ambiente as tomadas com pastilhas ou líquidos e também espirais. Para não ficar um texto longo, compartilharei mais informações sobre os repelentes e caso encontre mais alguma notícia importante trago aqui para o blog.

Orientação e informação de fontes confiáveis devem ser compartilhadas e divulgadas. Cuidado com as buscas pela internet, cuidado com boatos, não compartilhe informação sem antes checar a fonte. Já vivemos em um tempo de grande estresse, esse ano de 2015 não foi dos melhores mesmo, muita guerra, doenças, escândalos políticos, então saiba que quem propaga boatos via aplicativos e redes sociais provavelmente está cometendo um crime e quem divulgou a informação mentirosa pode ser punido caso seja identificado. 
O delegado Alessandro Vieira da Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC) explica sobre esse assunto no site do Jornal da Cidade:  
“Essas pessoas que divulgam fatos que geram uma comoção e uma mudança na rotina das pessoas são sim crimes, estão previstas no código penal e temos inclusive investigações em andamento com relação a crimes dessa natureza. São crimes de menor potencial ofensivo, no caso de uma disseminação de boato que vai gerar pânico, como esse do Cenam, vai responder processo junto ao Juizado Especial Criminal.”

Sejam responsáveis cuidando da sua casa, de ambientes onde podem proliferar os mosquitos, denuncie focos de mosquitos, facilite a entrada do agente de saúde na sua residência e/ou trabalho, procure informação com pessoas qualificadas e não compartilhe boatos.

Denúncias de focos de mosquito:




Mais sites para denunciar aqui: https://goo.gl/slWwOx

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