Vou iniciar
uma série de textos sobre vacinas, pois mesmo depois de tantos anos de estudos
e criação das vacinas, existem ainda muitas dúvidas sobre o assunto. Quando a
dúvida é sobre saúde gera medo, preocupação e insegurança, então, o que
pretendo aqui, com essa série, é passar informação correta, de fontes seguras e
porque acredito que saber não ocupa espaço, na verdade mais espaço se abre para
caber mais saber dentro da gente.
Você sabe a
origem da palavra vacina? No século XVIII, Edward Jenner descobriu a vacina
antivariólica, a primeira de que se tem registro. Ele fez uma experiência
comprovando que, ao inocular uma secreção de alguém com a doença em outra
pessoa saudável, esta desenvolvia sintomas muito mais brandos e tornava-se
imune à patologia em si, ou seja, ficava protegida. Jenner desenvolveu a vacina
a partir de outra doença, a cowpox (tipo de varíola que
acometia as vacas), pois percebeu que as pessoas que ordenhavam as vacas
adquiriam imunidade à varíola humana. Consequentemente, a palavra vacina, que
em latim significa “de vaca”, por analogia, passou a designar todo o inóculo
que tem capacidade de produzir anticorpos.
"Todo o
inóculo que tem capacidade de produzir anticorpos", vamos simplicar isto?
Vacinas são preparações que, ao serem introduzidas no organismo, desencadeiam
uma reação do sistema imunológico (semelhante à que ocorreria no caso de uma
infecção por determinado agente patogênico), estimulando a formação de
anticorpos e tornando o organismo imune a esse agente e às doenças por ele
provocadas.
Prevenir é
melhor que remediar. O uso de vacinas tem maior custo-benefício no controle de
doenças imunopreveníveis que o de medicamentos para sua cura. Resultado de
muitos anos de investimento em pesquisa e desenvolvimento científico e
tecnológico, as vacinas são seguras e consideradas essenciais para a saúde
pública. Elas podem ser constituídas de moléculas, micro-organismos mortos ou
micro-organismos vivos atenuados.
Ainda não
existem vacinas para todo o tipo de doenças e honestamente, não acho que um dia
isso será possível, pois a capacidade de mutação dos vírus e das bactérias é
rápida, tanto que algumas vacinas sofrem modificações para acompanhar as
mutações e assim continuarem com a eficácia. Fique calmo, mesmo não existindo
vacinas para todas as doenças, instituições do mundo inteiro vêm investindo
cada vez mais nos processos de pesquisa e desenvolvimento de novas vacinas.
Entre os
instrumentos de política de saúde pública, a vacina ocupa, por certo, um lugar
de destaque. No Brasil, as estratégias de vacinação têm alcançado altos índices
de eficiência e servido de parâmetro para iniciativas semelhantes em outros
países. Exemplos como os das campanhas contra a varíola e a poliomielite, bem
como a proximidade da erradicação do sarampo em nosso território, demonstram os
bons resultados dos programas de cobertura vacinal coordenados pelo Ministério
da Saúde.
No Instituto
de Tecnologia em Imunobiológicos de Bio-Maguinhos existem novos projetos de
vacinas em desenvolvimento. Duas grandes linhas regem as atuais atividades de
desenvolvimento do Instituto: atualização das tecnologias e introdução de
vacinas combinadas. Dentro da perspectiva do desenvolvimento de produtos
baseados na tecnologia do DNA, Bio-Manguinhos fez, nos últimos anos, uma opção
tecnológica da maior importância para a Fiocruz. O Instituto está investindo em
projetos voltados para a produção de proteínas recombinantes em células
eucarióticas e procarióticas para o desenvolvimento de vacinas de DNA. O
domínio dessas promissoras tecnologias é imprescindível para o Brasil,
particularmente dentro do moderno contexto do desenvolvimento de vacinas e
reagentes, pois elas serão determinantes para o desenvolvimento e a produção de
imunobiológicos neste novo século. É importante ressaltar que a capacitação
interna de Bio-Manguinhos vem abrindo oportunidades e aumentando as
possibilidades de cooperação para a instituição, tanto nas vacinas bacterianas
quanto nas recombinantes.
Esse é o
primeiro texto da série sobre vacinas e a nossa primeira conversa só poderia
iniciar com um pouco de história dessa ferramente de saúde que revolucionou a
gestão de doenças infectocontagiosas mundialmente. Para não perder nada você
pode acompanhar por aqui ou também pelo Facebook, Twitter e Instagram.
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Fontes:
Pôrto,
Ângela, & Ponte, Carlos Fidelis. (2003). Vacinas e campanhas: as
imagens de uma história a ser contada. História, Ciências,
Saúde-Manguinhos, 10(Suppl. 2), 725-742 - http://migre.me/twCy4
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