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I Encontro Farmale: Uma conversa sobre as Doenças Inflamatórias Intestinais com a Dra Giovana Zibetti
Keep fighting!
III Encontro Farmale: Ostomia e Doenças Inflamatórias Intestinais
I will beat IBD
Ali Jawad, paratleta do halterofilismo com doença de Crohn: Você é uma inspiração para todos nós!
II Encontro Farmale - Diagnóstico das Doenças Inflamatórias Intestinais: Investigação Endoscópica Palestrante: Dr Flavio Abby
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Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa – Vedolizumabe

Doença de Crohn e Colite Ulcerativa
Este é um resumo do Relatório Público Europeu de Avaliação (EPAR), sobre o Entyvio. Ele explica como a Agência avaliou o medicamento para recomendar a sua autorização na UE e as suas condições de utilização. Não se destina a fornecer conselhos práticos sobre como usar o Entyvio no tratamento de Doença de Crohn e Colite Ulcerativa.
Para informações práticas sobre a utilização do Entyvio, os pacientes devem ler o folheto informativo da embalagem (bula), ou contatar o seu médico ou farmacêutico.


O que é o Entyvio e para que ele é usado?
Entyvio é um medicamento que contém a substância ativa vedolizumabe. Ela é usado no tratamento de pacientes adultos que sofrem de retocolite ulcerativa (uma doença que causa inflamação e úlceras no revestimento do intestino) ou doença de Crohn (uma doença que causa inflamação do trato digestivo). O vedolizumabe é utilizado para tratar a doença ativa de moderada a grave quando a terapêutica convencional ou medicamentos chamados de antagonistas de TNF-alfa não são eficazes, não funcionam mais, ou não podem ser tolerados pelo paciente.
Como o Entyvio é usado?
Entyvio está disponível como um pó a ser diluído em uma solução para perfusão (gotejamento) na veia. Ele só pode ser obtido mediante prescrição médica e o tratamento deve ser iniciado e supervisionado por um especialista que tenha experiência no diagnóstico e tratamento da Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa.
A dose recomendada é de 300 mg administrados nas semanas zero, dois e seis e, em seguida, a cada oito semanas após isso, naqueles pacientes que respondem ao tratamento.
Entyvio é administrado como uma infusão que dura pelo menos 30 minutos. Todos os pacientes são monitorados para quaisquer reações durante a infusão e durante pelo menos, de uma a duas horas após o final da infusão. Para mais informações, consulte o folheto informativo da embalagem, (bula).
Fonte: Medic Supply


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Pessoa ostomizada tem direito aos estacionamentos para deficientes físicos

VOCÊ SABIA QUE A PESSOA OSTOMIZADA TEM DIREITO AOS ESTACIONAMENTOS PARA DEFICIENTES FÍSICOS?

Dentre muitas conquistas das pessoas ostomizadas está o direito aos estacionamentos para deficientes físicos.
Para utilização dessas vagas o ostomizado terá que cumprir as exigências legais onde deverão ser periciados pelas juntas médicas dos DETRAN's de seus Estados. Ao final do processo, constará em suas suas carteiras de habilitação o código da limitação.



Em algumas cidades, o procedimento no Detran é o seguinte - A Pessoa Ostomizada deverá dirigir-se ao DETRAN e pegar senha para ser atendido no Núcleo Médico onde entregará os seguintes documentos:
- Requerimento solicitando credencial dirigida ao Chefe do Núcleo de Medicina de Trânsito - NUMED;
- Cópia da Carteira de Identidade;
- Cópia da CNH (Carteira Nacional de Habilitação);
- Cópia do CPF;
- Relatório médico explicando o processo que levou a pessoa a se tornar ostomizada (situação atual).

O Núcleo Médico entregará um boleto para pagamento de taxa referente à avaliação médica a ser realizada e agendada por ele. No dia da avaliação, deverá pegar nova senha para atendimento no Núcleo e não esquecer de levar o boleto pago.

Procure o órgão de trânsito de sua cidade para saber mais detalhes de como obter esse benefício na sua região. Eles passarão as informações necessárias.

Fonte: ACO - Associação Catarinense da Pessoas Ostomizada 

Evolução da Estomaterapia

Entrevista com a enfermeira e professora Néria Invernizzi, aborda a evolução da estomaterapia
Como você enxerga a evolução no tratamento da pessoa com estomia nas últimas décadas?
Em 1958, o médico Dr. Rupert Turnbul, em Cleveland, solicitou para a Sra. Norma Gill (uma pessoa ileostomizada) para acompanhar tecnicamente as pessoas seriam submetidas a uma cirurgia geradora de estomia. Estas pessoas com estomia passaram a se reunir e debater assuntos referentes à mudança da sua rotina devido a alteração na forma de eliminação e com isso fundaram uma associação que defendiam seus diretos.
A defesa destes diretos e a solicitação de um profissional especializado para o “cuidar” de uma pessoa com estomia – sendo que em 1961 houve o primeiro curso de Estomaterapia – deu origem então a categoria de associação de enfermeiras estomaterapeutas e profissionais com interesse na área de estomias, o World Council of Enterostomal Therapist (WCET). Em 1980, foi determinada a necessidade de uma especialização específica do profissional enfermeiro, criando assim o profissional denominado Enfermeiro Estomaterapeuta (ET). O WCET tem diretrizes para a criação de cursos de estomaterapia no mundo.
Nesta linha de pensamento, dos avanços de tratamento das pessoas com estomia, é necessário salientar a atuação constante da Profa Dra Vera Lúcia Conceição de Correia Santos considerada a “mãe” da estomaterapia no Brasil, pois foi coordenadora do primeiro curso de Especialização em Enfermagem em Estomaterapia na Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (EEUSP), em 1990. Além deste primeiro curso, em 1992, dezenove enfermeiras estomaterapeutas, entre elas a Profa Dra Vera Lúcia Conceição de Correia Santos e um cirurgião fundaram a Associação Brasileira de Estomaterapia: Estomias, Feridas e Incontinências (SOBEST), que segue as diretrizes do WCET para a formação dos cursos de especialização em estomaterapia, e também proporciona o concurso para a titulação de enfermeiros estomaterapeutas de 6 em 6 anos, denominado TiSOBEST.
O Enfermeiro Estomaterapeuta (EE) é o profissional habilitado, que dispõem de conhecimentos que possibilitam a assistência à pessoa com estomias, fístulas, tubos, drenos, feridas agudas e crônicas e incontinência anal e urinária, nos aspectos preventivos, terapêuticos e reabilitação, visando o processo de reabilitação para a melhoria da qualidade de vida, na prescrição de equipamentos exclusivos para cada necessidade individual. O EE participa de congressos, no qual traz para a sua região os avanços tecnológicos dos equipamentos específicos para a armazenar as fezes, gases e urina, ou seja uma bolsa coletora, e conjuntamente com a aplicação industrial de bases adesivas para a proteção e adesividade a pele ao redor da estomia.
Quais são as dificuldades encontradas para um paciente com estomia no Brasil para ter acesso a novas e mais modernas tecnologias de equipamentos?
Nosso país é grande e muito diversificado pelas condições geográficas, populacionais, culturais, financeiras e Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Para a pessoa com estomia esta vertente também é real: mesmos os grandes centros urbanos não correspondem com as necessidades de recursos humanos, físicos e financeiros para a assistência integral, sistematizada e individualizada para a prescrição de equipamentos de estomia.
Acredito que para o avanço nesta área é a formação de Enfermeiros Estomaterapeutas que atuem diretamente com a pessoa com estomia. Atuar neste serviços públicos ou privados com dados estatísticos reais para um planejamento e administração dos recursos acima citado. O Brasil possui Política Nacional para Ostomizados através da Portaria nº 400, de 16/11/ 2009 que é a norteadora para Serviços de Atenção da pessoa com estomia do Sistema Único de Saúde (SUS) e para as operadoras de planos de saúde, após a Resolução Normativa nº 325, de 18/04/2013 da Agência Nacional de Saúde (ANS).
Você acredita que o tema já está devidamente incorporado na sociedade? Quais medidas devem ser realizadas para conscientizar a população sobre a estomia? 
O tema da estomia está sendo incorporado à sociedade paulatinamente, principalmente quando uma pessoa de vida pública necessita da intervenção cirúrgica de uma estomia – o que ocorreu, por exemplo, com o Governador Mario Covas e o Vice-presidente da República José de Alencar na divulgação na mídia em geral e assim cria-se interesse da população pelo assunto.
As campanhas ou programas ou ações educativas e sociais municipais, estaduais e nacional são necessárias para o entendimento das estomias, principalmente sobre o câncer de intestino, que está em 3º lugar na incidência do câncer do Brasil, pelos dados do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva – INCA (www.inca.gov.br). Portanto as informações para prevenção, sobre os fatores de risco e as diretrizes para detecção precoce do câncer de intestino são fundamentais para a população.
Néria Invernizzi da Silveira é professora e enfª Estomaterapeuta (Ti SOBEST), coordenadora do Curso de Especialização de Enfermagem em Estomaterapia UNICAMP, coordenadora científica do Centro de Aprimoramento Profissional Stay Care, membra titular da  Associação Brasileira de Estomaterapia: Estomias, Feridas e Incontinência  – SOBEST, membra titular do World Council of Esterostomal Therapists – WCET e mestranda em Educação nas Profissões da Saúde pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
 Fonte: CHOLMED

Ninguém vai bater mais forte do que a vida

Hoje encontrei esse post super motivador no grupo Ostomia Sem Tabu que sem dúvida prova o quanto somos fortes. Somos vencedores!
Obrigada Sandro pela sua conscientização sobre a importância de compartilharmos mensagens como essa, que motivam e contribuem para levar esperança para muitas pessoas. Muito obrigada!
"Ninguém vai bater mais forte do que a vida. Não importa como você bate e sim o quanto aguenta apanhar e continuar lutando; o quanto pode suportar e seguir em frente. É assim que se ganha." Rocky Balboa 💪
Um pouco sobre a luta do Sandro:
"Após a Lua de Mel, voltei para minha cidade São José dos Campos/SP comecei a ter fortes dores abdominais fui ao pronto atendimento me injetavam Buscopan e Profenide melhorava mas depois de aproximadamente 2 hrs está dor voltava e foi assim que mais voltei 3x no Hospital na última fizeram uma tomografia com contraste que detectou um absesso de 10cm, (o médico chegou a desconfiar de ser o mais grave,) tive que fazer a cirurgia as pressas pois meu intestino estava tomado por pus e uma diverticulite, depois de 4 horas acordei com a ostomia no início foi difícil mas com o apoio da família e de grupos e sites (como Ostomia sem Tabu , Farmale...) vi o quanto tenho que agradecer a Deus pela minha "bolsinha"."

Primeira subsecretaria para o tratamento de Doenças Raras do Brasil

Fonte: PCORI
Queimados cria primeira subsecretaria para o tratamento de doenças genéticas raras do Brasil
A prefeitura de Queimados criou, no início deste ano, a primeira subsecretaria para o tratamento de Doenças Raras do Brasil. O titular da subpasta ligada à Secretaria Municipal de Saúde é o médico geneticista, Dr. João Gabriel de Lima Daher, pesquisador renomado no Brasil e também no exterior. O novo órgão funciona dentro do Centro Especializado no Tratamento de Hipertensão e Diabetes (CETHID) e terá como primeira missão implantar um laboratório específico para o tratamento doenças de origem autoimune.
Há dois anos, a Prefeitura de Queimados oferece atendimento gratuito nesse segmento a 213 famílias espalhadas por toda a Baixada Fluminense. O município também foi o pioneiro na implantação de uma sala de Infusão para doenças genéticas raras, onde atende o pequeno Maxuel do Nascimento, de apenas cinco anos, que faz o procedimento de reposição da enzima idursulfsase beta, peça-chave no tratamento da Mucopolissacaridose- MPSII, também conhecida como Síndrome de Hunter.
De acordo com a Secretária Municipal de Saúde, Drª Lívia Guedes, foi necessário criar uma subsecretaria para suprir a demanda da população. “Temos muitas crianças com doenças raras no município que eram acompanhadas em outras cidades e queremos trazer para fazer o tratamento aqui, com um serviço de qualidade e humanizado mais próximo de casa. A ausência de iniciativas semelhantes na região também trouxe a necessidade da estruturação para a ampliação dos serviços”, ressaltou
Já para o médico, Dr. João Gabriel Daher, a criação da subsecretaria vai melhorar a flexibilidade do atendimento e outros procedimentos técnicos e de incentivos ao tratamento. Ele fez um diagnóstico da demanda que engloba o Estado do Rio de Janeiro e a Baixada Fluminense e, segundo esse estudo, existem 8 mil tipos de doenças raras e a maioria de origem Genética onde o estado e região concentram, juntos, cerca de 6 a 8% desse número.  “Iremos ampliar os nossos atendimentos, através da abertura de novos ambulatórios para o tratamento de outras doenças raras e autoimunes”, afirma.
Pacientes apresentam melhora
A tia do pequeno Maxuel, Maria Cristina do Nascimento, de 56 anos, moradora do bairro Vilar Grande, afirmou que o sobrinho já obteve melhoras significativas em seu quadro de saúde após iniciar o tratamento com o médico João Gabriel. “Ele já consegue se alimentar sozinho, respira com mais facilidade, brinca, não tem mais medo de realizar as atividades cotidianas, vai ao pula-pula, sobre escadas sem problemas nenhum”, comemora.
O CETHID fica localizado à Rua Onze, s/n – Vila Pacaembu. Para receber atendimento no local, é necessário procurar o setor de regulação da saúde, de segunda a sexta-feira, das 08h às 17h, com o encaminhamento médico.

Manutenção de uma microbiota saudável se assemelha a cuidar de um jardim

A microbiota intestinal humana exerce um papel importante tanto na saúde quanto na doença. E em alguns aspectos, a manutenção de uma microbiota saudável se assemelha a cuidar de um jardim. Por vezes, intervenções graves podem levar à degradação total deste ecossistema, como por exemplo, através de doenças e/ou pelo uso de antibióticos. Embora seja possível a recuperação espontânea, não é garantido que ela ocorra em todos os casos. Devido a isto, várias estratégias podem ser utilizadas para restaurar este ecossistema: probióticos, prebióticos ou até mesmo transplantar o ecossistema microbiano inteiro, por exemplo, a partir de uma amostra de fezes e um processo denominado transplante fecal.
Estas estratégias podem estar associadas a suplementação da dieta com carboidratos não-digeríveis (prebióticos) que são benéficos, porque estimulam seletivamente o crescimento e a atividade de uma ou mais espécies bacterianas no cólon. Outra forma de recuperação ou fortalecimento deste ecossistema intestinal seria através da ingestão de microorganismos vivos, administrados em quantidades adequadas e que conferem benefícios à saúde do hospedeiro (probióticos). Os probióticos em sua maioira pertencem aos gêneros Lactobacillus, Bifidobacterium e Bacillus. Entretanto em alguns caso graves de diarréia crônica é necessário lançar mão de uma medida capaz de restaurar a complexa microbiota intestinal por completo  e neste caso transplante fecal é uma opção terapêutica.
A maioria das pessoas já ouviu falar sobre probióticos e prebióticos, mas poucos conhecem algo sobre transplante fecal. Apesar de poucas pessoas conhecerem esta técnica, o transplante fecal não é uma prática nova. O primeiro caso foi descrito por Eiseman e colaboradores em 1958, e a descrição do segundo ocorreu em 1981 por Bowden. Hoje este tipo de terapia é utilizada por vários especialistas com sucesso, sem quaisquer efeitos adversos. Desde então, existem muitos relatos de transplantes de fezes através de colonoscopia ou sonda nasogástrica, e a maioria destes procedimentos estavam relacionados a utilização desta técnica no tratamento da infecção por Clostridium difficile, para o restabelecimento da microbiota após a infecção. Um dos principios do método do transplante fecal é que nem todos os microorganismos da microbiota podem ser isolados e cultivados em laboratório.
Recentemente, 19 pacientes infectados por C. difficile foram submetidos a um transplante de fezes e permaneceram livres da doença por até quatro anos. Este resultado sugere que esta terapia pode ser benéfica para o tratamento desta doença, e segundo outros trabalhos é eficaz no tratamento de outros tipos de gastroenterites. Já existem estudos  que relatam que o uso progressivo de antibióticos contra C. difficile e outros microorganismos também é capaz de afetar negativamente a  microbiota e sugerem que a recolonização do trato intestinal por uma nova microbiota pode ser empregada através do transplante.
Em outro estudo sobre o tema, foram utilizadas técnicas moleculares a fim de reconhecer os grupos microbianos bioindicadores de uma microbiota ‘saudável’ ou ‘doente’. Este estudo descreve o efeito de uma bacterioterapia através de um transplante fecal em pacientes com diarréia a fim de restabelecer a microbiota do cólon. Neste estudo, Firmicutes e Bacteriodetes não foram encontrados nos indivíduos doentes e dias após o transplante já foi possível ver reestabelecimento da microbiota e a recuperação do quadro clínico.
Vale a pena lembrar que o entendimento sobre o efeito da aplicação desta técnica parte de princípios ecológicos como interações entre hospedeiro e microorganismos. Portanto, estudos sobre a composição, a diversidade e a função de comunidades microbianas intestinais são importantes para elaborar estratégias para tratamentos futuros.
O Transplante fecal, embora pareça ser uma abordagem estranha para os leigos, pode ser uma boa opção de tratamento e tem a capacidade de restabelecer a microbiota intestinal saudável. Por mais desagradável que possa parecer.

Transplante de microbita fecal para o tratamento da diarreia por Clostridium difficile

O Clostridium difficile, principal agente etiológico da colite pseudomembranosa, é um bacilo Gram-positivo, anaeróbio e esporulado presente na flora intestinal de até 20% dos adultos hospitalizados. Destes, somente 1 a 5% desenvolvem diarreia, e o restante permanece assintomático. O risco de contrair a infecção parece ser diretamente proporcional ao tempo de internação e está relacionado ao uso de antibióticos.

O quadro clínico decorrente dessa infecção varia desde quadros assintomáticos, diarreia que melhora com a simples a descontinuação do antibiótico e medidas de suporte clínico, até quadros de diarreia incoercível, com consequente sepse e megacólon tóxico. A taxa mortalidade pode chegar a 58% nesses quadros.

O tratamento recomendado é a antibioticoterapia

A resposta à antibioticoterapia pode ser precária, e a taxa de recorrência chega a 25%. Após a primeira recorrência, o risco de apresentar uma segunda recorrência aumenta para 40% e, para múltiplas recorrências, o risco ultrapassa 50%. 

A mais recente alternativa para o tratamento da diarreia por Clostridium difficile recorrente é o transplante de microbiota fecal

O conceito não é novo e as primeiras publicações a respeito datam de 1958. Porém, por vários motivos, desde culturais até a descrença do meio científico, passaram-se mais de cinco décadas até que essa linha de raciocínio fosse retomada. No início dessa década, foram publicados vários artigos segundo os quais utilizou-se o transplante de microbiota fecal para pacientes com recorrência da infecção por Clostridium difficile. Mesmo assim, o meio médico manteve-se incrédulo. Foi somente em 2014, com uma publicação no The New England Journal of Medicine (NEJM), que a comunidade médica percebeu o quão promissora pode ser essa técnica. 

Nas publicações anteriores, a infusão da microbiota fecal foi realizada por meio de enemas, colonoscopias ou infusões lentas por sonda nasoenteral, com o paciente acordado. 

Fonte:
Ganc, Arnaldo José et al. “Fecal Microbiota Transplant by Push Enteroscopy to Treat Diarrhea Caused by Clostridium Difficile .” Einstein 13.2 (2015): 338–339. PMC. Web. 27 Jan. 2018.



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Baixo risco de câncer na bolsa ileal após anastomose ileorretal na retocolite ulcerativa

Risco de câncer na bolsa ileal não é elevado após anastomose ileorretal na retocolite ulcerativa
Pacientes submetidos a anastomose ileorretal com bolsa ileal após a ressecção colorretal para o tratamento da retocolite ulcerativa não apresentam aumento do risco de câncer extra-intestinal, informam pesquisadores dinamarqueses.
"Foi interessante e reconfortante descobrir que o risco global (total) de câncer após a anastomose ileorretal com bolsa ileal na retocolite ulcerativa foi comparável ao da população geral", disse o Dr. Anders Mark-Christensen do Aarhus Universistethospital, na Dinamarca, à Reuters Health por e-mail.
"A descoberta mais interessante – embora não cause surpresa – foi o baixíssimo risco de câncer da bolsa ileal".
A mucosa residual deixada na zona de transição anal e o coto retal pode apresentar persistência do risco de câncer após a anastomose ileorretal com bolsa ileal, e o risco de câncer extra-intestinal entre os pacientes com retocolite ulcerativa parece ser ligeiramente superior ao da população geral. O risco de câncer após a colectomia e a anastomose ileorretal com bolsa ileal permanece incerto.
O Dr. Mark-Christensen e colaboradores investigaram o risco de câncer, concentrando-se no câncer da bolsa ileal, em 1.723 pacientes com anastomose ileorretal com bolsa ileal pareados a 8.615 pessoas da população geral. O estudo foi publicado on-line em 3 de agosto no periódico Journal of Crohn's and Colitis.
Durante um acompanhamento médio de 12,9 anos, apenas dois pacientes (0,12%) com anastomose ileorretal com bolsa ileal tiveram diagnóstico de câncer de bolsa ileal, uma incidência de 8,4 casos por 100.000 pessoas-ano. Comparativamente, três tipos de câncer de intestino delgado ocorreram na população geral, uma incidência de 2,6 casos por 100.000 pessoas-ano. A incidência geral de qualquer tipo de câncer não diferiu significativamente entre o grupo da anastomose ileorretal com bolsa ileal e a população geral.
Os pacientes com anastomose ileorretal com bolsa ileal tiveram maior risco de câncer hepatobiliar, mas este achado perdeu relevância após a exclusão dos pacientes com colangite esclerosante primária no momento do diagnóstico de câncer. Os pacientes com anastomose ileorretal com bolsa ileal também tiveram maior risco de câncer de pele (exceto melanoma) sem significado estatístico.
Os tipos de câncer relacionados com o tabagismo foram 30% menos comuns entre os pacientes com anastomose ileorretal com bolsa ileal do que na população de fundo, mas essa estimativa foi baseada em poucos casos.
"Um número crescente de evidências sugere que o risco de apresentar câncer da bolsa ileal seja extremamente baixo", disse o Dr. Mark-Christensen. "Em termos gerais, existem vários argumentos contra o rastreamento desses tipos de câncer na população submetida à anastomose ileorretal com bolsa ileal: primeiro, a história natural do câncer de bolsa ileal é praticamente desconhecida, por isso não está claro se existe uma janela de oportunidade terapêutica antes do câncer se tornar sintomático, durante a qual o tratamento melhoraria o prognóstico. Esta suposição deve ser verificada até mesmo antes de se considerar o rastreamento. Em segundo lugar, uma quantidade notável (do número geral extremamente baixo) dos casos de câncer da bolsa ileal não são visíveis pela endoscopia, então esta não é, de modo algum, uma boa ferramenta de triagem!"
"Como mencionamos em nosso trabalho, o rastreamento seletivo – em vez de geral – do câncer da bolsa ileal no subgrupo dos pacientes submetidos à anastomose ileorretal com bolsa ileal (por exemplo, aqueles com colangite esclerosante primária, história de câncer colorretal, história familiar de câncer colorretal, etc.) pode ser razoável, mas também não sabemos se essa abordagem beneficia os pacientes", concluiu.
Fonte: Medscape
O artigo: Anders Mark-Christensen, Rune Erichsen, Søren Brandsborg, Jacob Rosenberg, Niels Qvist, Ole Thorlacius-Ussing, Jens Hillingsø, Jørn Helmut Pachler, Erica Gould Christiansen, Søren Laurberg; Long-term Risk of Cancer Following Ileal Pouch-anal Anastomosis for Ulcerative Colitis, Journal of Crohn's and Colitis, Volume 12, Issue 1, 5 January 2018, Pages 57–62, https://doi.org/10.1093/ecco-jcc/jjx112

Fatores ambientais das Doenças Inflamatórias Intestinais

Insights sobre os fatores ambientais das Doenças Inflamatórias Intestinais

A Doença Inflamatória do Intestino (DII) engloba diversas condições patológicas, sendo as mais comuns, a Colite Ulcerativa e a Doença de Crohn, que afetam o trato gastrointestinal e são comumente associadas à desnutrição proteico-energética.

Os fatores ambientais desencadeiam o surgimento, bem como a intensidade das crises da DII. No entanto, embora tenhamos aprendido muito, nos últimos anos, sobre os fatores genéticos de suscetibilidade da DII, o nosso conhecimento sobre os fatores ambientais ainda é limitado. A soma de todos os fatores ambientais que o ser humano está exposto durante a vida foi denominado "exposoma". A exposição ambiental, ou exposoma, provoca alterações na microbiota intestinal e, posteriormente, altera o imprinting metabólico (por aspectos epigenéticos) da mucosa intestinal e do sistema imunológico associado. Alguns fatores ambientais, relevantes para a DII, merecem destaque: poluição do ar, dieta, medicamentos, estresse, infecções, poluição da água, aditivos alimentares e estilo de vida.

A “hipótese da higiene” tenta explicar o aumento da incidência da DII e o aparecimento progressivo dessas enfermidades em períodos diferentes ao redor do mundo. Logo após a Segunda Guerra Mundial, houve aumento na incidência na América do Norte e Norte da Europa, seguido pelo aparecimento na Europa Ocidental, Europa Central, Japão e Austrália. Mais tarde, a América do Sul e a Europa Oriental apresentaram elevação da incidência, e na última década, observamos aumento na incidência no eixo Ásia-Pacífico. À medida que houve melhora nas condições de saúde, com menos infecções e doenças parasitárias, melhores condições sanitárias, acesso a vacinas e adoção de hábitos alimentares nas sociedades ocidentais, os pacientes foram menos expostos a infecções na infância, tornando o sistema imunológico menos preparado para lidar com as exposições antigênicas no decorrer da vida.

Muito se discute atualmente sobre os fatores ambientais e qual poderia apresentar maior impacto nas DII. Enquanto não há uma resposta para essas perguntas, os pacientes são orientados a evitar qualquer tipo de agente que possa desenvolver uma crise, de acordo com seu histórico clínico. Sabe-se que as alterações nutricionais da DII dependem da extensão e da gravidade com que se manifestam as patologias, e é bem estabelecido que a terapia nutricional é um recurso terapêutico extremamente útil, atuando diretamente sobre o estado nutricional, com consequente benefício na evolução e tratamento da DII. O suporte nutricional oral, enteral e parenteral também se mostram eficazes na remissão da DII, pelo fornecimento de nutrientes com funções fisiológicas específicas. Estes nutrientes atuam modulando a resposta imunológica e inflamatória, mantendo a integridade da mucosa intestinal, melhorando a situação clínica e, consequentemente, o estado nutricional destes pacientes.

Transplante de Microbiota Intestinal

Tem se ouvido muito falar sobre esse novo tipo de terapia para tratamento de algumas doenças gastrointestinais e ultimamente também para obesidade.

Nos Estados Unidos, já foi comprovado em alguns testes com seres humanos, que a aplicação de bactérias presentes nas fezes de um indivíduo saudável em um indivíduo doente faz total diferença em tratamentos de infecções causadas por Clostridium difficile, por exemplo. Outros mostram resultados efetivos em casos de diarreia crônica.

Desde então questiona-se a influência da microbiota na questão da obesidade. Alguns estudos experimentais em ratos mostraram que o transplante de microbiota de ratos estéreis magros através das fezes, ou seja, sem nenhuma contaminação de germes, em ratos obesos, também, estéreis, fez total diferença no emagrecimento dos ratos obesos que, além do transplante, tiveram acompanhamento de dieta rica em fibras e pobre em gorduras, que foi fundamental para a perda de peso. O mesmo estudo avaliou a implantação de microbiota dos ratos obesos nos ratos magros e estes não sofreram alteração de peso significativa.

Uma das principais funções das bactérias presentes no intestino humano é a transformação de fibras alimentares em ácidos graxos de cadeia curta, que fornecem grande parte da energia que se utiliza para as atividades diárias. Esses ácidos graxos, além de fornecerem energia, desempenham funções importantes na sintetização de hormônios que conferem saciedade e inibem o acúmulo de tecido gorduroso.

Mais estudos estão por vir e tentarão desvendar quais bactérias afetam diretamente na perda de peso, mas sabe-se que não será nada fácil, uma vez que o intestino possui cerca de dez vezes mais o número de células do nosso corpo.


Referências:
Grehan, M.J.; Borody, T.J.; Leis, S.M.; Campbell, J.; Mitchell, H.; Wettstein, A. Durable alteration of the colonic microbiota by the administration of donor fecal flora. Journal of Clinical Gastroenterology. 2010; 44(8):551-561.
Ridaura, V. K., Faith, J. J., Rey, F. E., Cheng, J., Duncan, A. E., Kau, A. L. & Gordon, J. I. (2013). Gut microbiota from twins discordant for obesity modulate metabolism in mice. Science, 341(6150), 1241214.


Leia mais:

Transplante de fezes para tratar doença de Crohn e obesidade

Pacientes de Doenças Raras terão atendimento gratuito em Belfrod Roxo

A Uniabeu Centro Universitário irá lançar no dia 29 de janeiro/18, às 16h30, um espaço multidisciplinar que realizará atendimentos gratuitos à comunidade que busca orientações e direcionamentos em doenças raras. 
O Núcleo de Ensino Multiprofissional para Doenças Raras será coordenado pelo professor da Instituição João Gabriel Lima Daher, que é médico geneticista e especialista em doenças raras e autoimunes. Todos os atendimentos serão realizados pelo doutor João com a participação dos alunos da área da saúde da Instituição que, através deste serviço, terão a oportunidade de ter um treinamento prático.

“Este espaço nos dará uma excelente oportunidade de capacitação para o futuro profissional da saúde, dando a ele embasamento para atuar no atendimento clínico dos pacientes e da família com uma Doença Rara. O Brasil apresenta uma estimativa de 15 milhões de pacientes com Doenças Raras e poucos profissionais habilitados para atuar nesta área. Daí se justifica a nossa capacitação ao aluno e o atendimento gratuito à comunidade”, afirmou o professor e médico geneticista João Daher.
Autoridades do Rio e da Baixada Fluminense, alunos, professores e a comunidade do entorno estão convidados para a inauguração. Na solenidade, o médico João Daher, o vice-reitor da Uniabeu Paulo Roberto de Menezes Chaves farão as honras da casa, explicando a importância do Núcleo para a comunidade acadêmica e para a Baixada Fluminense.
Depois de Queimados, Belford Roxo será o segundo município da Baixada a realizar atendimentos focados em doenças raras
Hoje, com consultas de geneticistas variando de R$ 800 a R$ 1200 reais, o Núcleo de Ensino Multiprofissional seria uma alternativa sem custo de atendimentos a pessoas com doenças raras e suas famílias.
Os atendimentos estão previstos para começar após o carnaval. O contato para agendamento será divulgado pelos canais de comunicação Uniabeu. Os interessados deverão acompanhar o site e as mídias sociais para maiores informações.
A inauguração e os atendimentos acontecerão no campus Belford Roxo que fica na Rua Itaiara, 301 – Centro – Belford Roxo/RJ.

COVISA informa que não há transmissão de febre amarela urbana no município de São Paulo

A Coordenação de Vigilância em Saúde – COVISA informa que não há transmissão de febre amarela no município de São Paulo.
Desde 1942, não há registro de transmissão de Febre Amarela urbana no Brasil.
Áreas de risco para Febre Amarela:
A febre amarela é uma doença causada por um vírus e é transmitida por mosquitos. No Brasil, todos os casos registrados são de febre amarela silvestre, transmitida pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes, que são encontrados apenas em regiões de mata fechada
A Febre Amarela apresenta dois ciclos de transmissão distintos: a febre amarela urbana e a febre amarela silvestre. Veja aqui as diferenças.
Quem reside em áreas urbanas ou próximas a parques ou áreas de mata isolada não apresentam risco de transmissão para febre amarela silvestre.
A ocorrência de macacos doentes ou mortos pela Febre Amarela Silvestre indicam que naquela área de mata está ocorrendo a circulação da doença. Essas áreas são chamadas de Áreas de Risco para Transmissão da Febre Amarela. Quando as pessoas circulam próximas dessas áreas podem ser picadas por mosquitos infectados e ficarem doentes.
Desde Setembro de 2017, a Secretaria Municipal de Saúde tem realizado a vacinação da população em áreas de risco de transmissão da febre amarela, tendo sido intensificadas as ações primeiramente na CRS Norte onde foram identificados macacos positivos para Febre Amarela. Posteriormente, a vacinação foi ampliada para alguns bairros da região Sul e Oeste, devido à ocorrência de mortes de macacos por febre amarela em municípios vizinhos.
Neste momento, conforme orientação do Ministério da Saúde, a Prefeitura de São Paulo vai realizar uma Campanha de Vacinação contra a Febre Amarela, com doses fracionadas da vacina, no período de 25/01 a 24/02. Essa campanha tem o objetivo de ampliar a vacinação da população em regiões do município que ficam mais próximas às áreas de risco de transmissão da febre amarela.

Nota de esclarecimento do GEDIIB sobre a vacinação de Febre Amarela

A incidência de febre amarela vem se ampliando no Brasil (2016/2017), causando uma epidemia principalmente nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Espirito Santo, embora existam casos notificados nas regiões Centro Oeste e Norte, cujo impacto foi a necessidade de ampliação do programa de vacinação para febre amarela (VFA) em todo o país.
Segundo a OMS (05/2013) uma única dose da VFA seria o suficiente para conferir proteção ao longo da vida (oposta à recomendação anterior de 10 anos), mas somente a partir de abril de 2017, o Brasil passou a indicar dose única.  A disseminação rápida da doença tornou necessária a ampliação de vacinação em diversos estados e cidades de risco no Brasil e promoveu uma mudança no tipo de vacina ofertada pelo Governo Brasileiro (vacina fracionada), que continua com o mesmo tipo de cepa, mas a manutenção de imunização do indivíduo ocorreria somente até 8 anos após sua realização, sem comprometer sua eficácia e mesmo o possível surgimento de possíveis efeitos adversos.Importante ressaltar que a vacina quando utilizada pela primeira vez (primo vacinação), tem maior chance de desenvolver efeitos adversos do que a dose de reforço. Embora 90% dos casos de febre amarela sejam oligossintomáticos/assintomáticos, a sua sintomatologia pode ser leve, moderada, grave e maligna. Esta última apresenta taxa de mortalidade de cerca de 50% a 60%, semelhante a dos efeitos adversos graves relacionados a vacina.Também é importante sabermos que independente da cepa existente na vacina, a presença de imunossupressão incorre em risco de replicação do micro-organismo atenuado, com infecção invasiva, potencialmente letal, e deve ser evitada.Neste momento muita dúvida tem surgido sobre quais os pacientes com DII que se beneficiariam com a vacinação e em que casos estaria contraindicada. 

O GEDIIB tem participado de discussões com a Sociedade de Reumatologia e integrantes da Sociedade Brasileira de Infectologia visando traçar recomendações conjuntas, e algumas destas serão descritas na nota de esclarecimento. Entretanto, ainda existem situações conflitantes entre as recomendações atuais da OMS e as regulamentações oficiais de diferentes países (Inglaterra, França) e a Sociedade Europeia de DII, a ECCO no que se refere a imunização com vírus vivo atenuado, onde se inclui a vacina para febre amarela.