Tenho o costume de acompanhar informações sobre rótulos de alimentos, pois são compostos por muitas siglas que podem esconder substâncias alergênicas por
exemplo, então acho muito importante a leitura dos rótulos, mas para isso estes
precisam ser claros. Inclusive, sobre esse assunto, a ANVISA publicou no dia 2 de julho/15 no DOU nº 125 a Resolução – RDC n°26 que dispõe sobre os requisitos para rotulagem
obrigatória dos principais alimentos que causam alergias alimentares. A norma se aplica aos alimentos, incluindo as bebidas,
ingredientes, aditivos alimentares e coadjuvantes de tecnologia embalados na ausência
dos consumidores, inclusive aqueles destinados exclusivamente ao processamento
industrial e os destinados aos serviços de alimentação. Essa resolução será
aplicada de forma complementar a RDC nº 259/2002. Esse foi o tema exposto pela Engenheira de Alimentos Danielle Oliveira no 1º Piquenique Dii que organizei mês passado aqui no Rio de Janeiro.
Agora quando falamos de medicamentos, vocês conseguem compreender a bula? Ou até mesmo algumas informações que estão na embalagem?
Vou dar uma pequena explicação sobre conceitos básicos de liberação: o princípio ativo contido em um
medicamento precisa sair dele, ser liberado, para tornar-se disponível para
absorção pelo organismo e fazer o efeito, então teremos:
- LIBERAÇÃO CONVENCIONAL: é a liberação regular, comum. Aquela, cujo padrão de liberação não foi por sua vez alterado muito menos passou por modificações.
- LIBERAÇÃO MODIFICADA: é aquela cujas características de liberação do principio ativo (fármaco) foram alterados, para conseguir melhor efeito terapêutico, causando menos efeitos colaterais e comodidade ao paciente, diminuindo as doses diárias.
Encontrei um texto bem bacana, super explicativo no blog Farmacêutico Digital e
compartilho uma parte aqui:
"Muitas vezes nos deparamos com várias siglas que
acompanham as caixas dos medicamentos. Mas nem sempre sabemos o que significam
e porque estão lá. Porque encontramos estas Siglas nos medicamentos?
Há vários medicamentos que são desenvolvidos para liberar
seu princípio ativo diretamente no intestino, isso acontece porque o princípio
ativo (fármaco), pode ser sensível ao ácido do estômago, obter-se uma melhor
absorção do medicamento ou ainda para proteger o estômago dos efeitos
irritantes do medicamento. Outros medicamentos são desenvolvidos para que o
intervalo entre as doses possa ser maior, uma forma de facilitar a adesão ao
tratamento pelo paciente. São chamados de medicamentos de liberação modificada
por isso, as indústrias farmacêuticas utilizam essas siglas nos momes dos
medicamentos para identificar o tipo de liberação ou mesmo a forma que o medicamento vai agir no
organismo.
Existem vários mecanismos utilizados para permitir a
libertação prolongada de uma droga no corpo. Em alguns casos, o medicamento é
coberto de um revestimento que se dissolve depois de um período de tempo para
liberar o princípio ativo. Também há fármacos com diferentes espessuras de
revestimento que permitem que o princípio ativo seja liberado aos poucos para
ter um efeito gradativo. Em um sistema de difusão, o fármaco é liberado ao
longo do tempo através de uma matriz de pequenas aberturas numa membrana
externa.
O mecanismo usado para dispersar o fármaco pode variar e
este pode afetar como a droga age sobre o corpo. Veja um exemplo de como os
efeitos para as diferentes siglas podem influenciar o mesmo medicamento:
Wellbutrin SR, sua posologia é feita duas vezes por dia, enquanto Wellbutrin XL
é tomado uma vez por dia. Além disso, alguns destes comprimidos não deve ser
esmagados, mastigados ou divididos, enquanto outros podem ser divididos de
forma segura, mas não esmagado ou mastigado.
Quais as vantagens dos comprimidos ou cápsulas de Liberação
Modificada? Algumas doenças, como a hipertensão e diabetes, podem ser
controlados de forma mais eficaz com medicamentos de libertação prolongada
porque, ao manter o nível constante do fármaco na corrente sanguínea, há
diminuição das chances de ocorrência de reações adversas que podem ser causadas
por altas concentrações da medicação na corrente sanguínea de uma só vez. Além
disso os medicamentos de liberação prolongada também podem ser tomados apenas
uma ou duas vezes por dia, o que torna mais fácil para os pacientes seguirem as
recomendações médicas gerando maior benefício terapêutico ao tratamento."
Siglas dos Medicamentos - Farmacêutico Digital |
Para ler o texto todo basta clicar no link: http://goo.gl/RbBHJf
Outro exemplo de medicamento de liberação modificada é a sulfasalazina, utilizada para doenças inflamatórias intestinais (doença de Crohn e retocolite ulcerativa) e doenças reumáticas. A molécula carreadora é a sulfapiridina, também absorvida no
cólon e acetilada no fígado. Foram criadas novas pró-drogas sem a molécula de sulfapiridina, resultando na liberação da droga de
maneira semelhante à sulfasalazina, mas sem os efeitos colaterais atribuídos à
sulfapiridina.
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