As doenças inflamatórias intestinais (doença de Crohn e
retocolite ulcerativa) são crônicas e quando estamos em crise as dores são
insuportáveis, muita cólica abdominal. E ainda podemos apresentar manifestações extraintestinais que também são bem dolorosas, eu tenho espondilite associada ao Crohn e agora no inverno muitas vezes acordo como se um trator tivesse passado sobre o meu corpo, principalmente minhas costas. O que eu faço para melhorar? Além da medicação diária e um medicamento biológico, eu me alongo em casa, faço ballet e aulas de flexibidade. Sinto que assim as coisas melhoram no corpo e na mente, pois a dor estressa. A dor afeta a capacidade de desejar e a atividade do pensamento. É frequente uma pessoa
com dor desejar não mais viver. A dor deprime e a depressão agrava a dor, é um ciclo vicioso. Não podemos então, deixar que isso se instale e tome conta da nossa vida.
Ontem conversando com uma amiga muito querida, uma amiga que a doença de Crohn me deu, ela disse uma frase tão bacana que eu resolvi compartilhar com vocês: "Mesmo com dor, gosto de sair com meu bem de moto
para ver o pôr do sol, mesmo que seja só por 20 minutos." E aqui está a resposta
para que a dor não tome conta da nossa vida a ponto de nos deprimir.
Vou deixar aqui algumas dicas para praticarmos diariamente para que possamos superar as crises e aproveitar melhor a vida. Essas dicas foram tiradas de um livro muito bacana que eu indico a leitura “Qual o tempo do cuidado? Humanizando os cuidados de enfermagem” de Maria Julia Paes da Silva.
- Valorizar o momento: o tempo não para, é um dom que recebemos ao nascer, o que passar agora não volta mais, portanto há que se dizer “eu te amo”, pedir perdão, ligar, dar atenção, dizer “não” quando assim tiver de ser, dizer “sim" quando esta for a vontade.
- Estar atento: estar inteiramente presente em cada instante, aproveitar, viver e valorizar o agora.
- Priorizar: fazer escolhas sem olhar para trás, mas se um dia se tiver de retroceder, para continuar caminhando, por que não?
- Organizar: planejar a utilização do tempo para aproveitarmos melhor cada instante da vida; há tempo de não fazer nada e estar consigo mesmo; há tempo de lazer; há tempo de estudar; há tempo de trabalhar; há tempo de curtir a família e os amigos; há tempo de falar e há tempo de silenciar...
Fontes:
Manual de Tratamento da Dor. Dor aguda de origem oncológica. Tratamento não invasivo. De Fauzia F. Naime. https://goo.gl/mDLlYz
“Qual o tempo do cuidado? Humanizando os cuidados de
enfermagem.” De Maria Julia Paes da Silva. https://goo.gl/MjNsJA
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