Fonte: www.mystorybook.com/books/243109 |
Gravidez na
Doença Inflamatória Intestinal pode correr bem se a doença for controlada
A gravidez é uma das questões que é levantada no caso de doentes com doenças inflamatórias. Mas, segundo Joana Torres, tudo pode correr bem se a doença for controlada
Em
entrevista à Sociedade Portuguesa de Gastroenterologia (SPG) na Reunião
Monotemática SPG 2017, Dra Joana Torres, Gastrenterologista no Hospital
Beatriz Ângelo falou sobre a sexualidade, fertilidade e gravidez na Doença
Inflamatória Intestinal (DII).
Segundo a
médica, a DII é tipicamente diagnosticada durante a adolescência e início da
vida adulta, sendo um período em que os pacientes estão desenvolvendo a
noção de sexualidade, de relações íntimas, iniciando assim a questão da
fertilidade, planeamento familiar, entre outros.
Fonte: Saúde Online
“É uma doença que pode ter um grande impacto na esfera da qualidade de vida dos pacientes e nós gastroenterologistas nem sempre estamos muito treinados para determinados aspéctos, especialmente para a sexualidade, mas temos de ter a noção que somos o único médico que por vezes vê o doente e temos de tentar criar um espaço de diálogo, sobretudo nos doentes adolescentes que por vezes é difícil para eles falarem sobre estes assuntos. Para tentar ajudar, orientar e referenciar o paciente a quem os pode ajudar”, explicou Dra Joana Torres.
Falta de informação sobre fertilidade e gravidez
As questões
da fertilidade e da gravidez nos pacientes de DII são para a médica muito
importantes, porém os portadores continuam mal informados de uma maneira
geral, pois na Internet com frequência as informações são contraditórias.
“Os nossos colegas obstetras também, muitas vezes, não conhecem as particularidades da DII, especialmente no diz respeito ao manuseamento dos medicamentos durante a gravidez. Portanto, mais uma vez temos de ter uma atitude pró-ativa e indo regularmente discutindo estas questões com os pacientes, tentar perceber quando é que elas estão pensando em engravidar e orientá-las e instruí-las a falarem conosco quando tiverem planos para iniciar uma gravidez, porque há medicamentos que podemos ter de interromper como é o caso do metotrexato”, disse a Gastrenterologista.
Entretanto,
na maior parte dos casos a gravidez em pacientes com DII “corre
bem, desde que a doença esteja controlada”. Ou seja, parte dos médicos, mais
uma vez, ter uma atitude pró-ativa em tentar controlar e alcançar a remissão,
antes de a gravidez acontecer, aumentando a probabilidade de tudo correr bem
nesta altura da vida que segundo a especialista, se é “uma altura de
grande ansiedade para uma mulher, normalmente, o que dirá para uma mulher
com uma DII”.
Tratamentos e fármacos
No que diz
respeito aos medicamentos, que são de extrema importância ao longo da
gravidez e da amamentação, a maioria dos medicamentos utilizados “são medicamentos seguros, com algumas execões”.
“É claro que no que diz respeito a medicamentos biológicos, que são medicamentos que utilizamos há relativamente pouco tempo, ainda estão reunindo muita informação sobre segurança, parecem seguros, mas é uma informação que devemos partilhar com os pacientes. De forma atualizada explicar-lhes a evidência que há disponível no momento em que elas estão grávidas e tomar uma decisão partilhada com a paciente, ou seja, sobre a vontade que ela tem de continuar ou não, desde que a paciente esteja em remissão”, disse a Dra Joana Torres.
De uma forma
geral, em mulheres que têm a doença controlada corre tudo bem, de qualquer
forma é importante manter um diálogo constante entre o Gastrenterologista,
o Obstetra que assiste a paciente e depois também com o Pediatra que vai assistir o
bebê, porque há vacinas que podem estar contraindicadas na fase inicial de vida
da criança.
Fonte: Saúde Online
Nenhum comentário:
Postar um comentário