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"Você tem Crohn!" - Começava ali uma batalha árdua

"O crohn me abriu portas para novos sonhos, novos projetos e para uma nova visão de vida"

Tudo começou em Fevereiro de 2013,muita dor abdominal, diarréia, vômitos e febre. Foram 4 dias assim, até que não aguentando mais fui pro hospital. Sendo internada com suspeita de apendicite, que por imprudência do médico (digo imprudência pois ele se baseou apenas nos meu sintomas e não investigou) só foi descartado na mesa de cirurgia. Por esse erro passei por mais 2 cirurgias em março e abril do mesmo ano pois não cicatrizava o local. 
Passado esse período, e uma melhora naqueles primeiros sintomas, em agosto iniciei o curso que tanto queria. Estava bem, mas em setembro as dores voltaram... voltou a diarréia, que me causou muitos constrangimentos.... A febre que vinha sempre a tarde, e eu julgando ser estresse devido à provas e trabalhos, mas não era. A dor começou a vir após as refeições, começaram as urgências,o uso de forros com medo dos acidentes,perdi 10kg e mesmo assim não fui ao medico pois por ser gordinha emagrecer era o máximo, ainda mais sem dieta... Até que o sinal de alerta acendeu, estava saindo da aula e senti uma dor insuportável, dor que me fez sentar no chão no centro da cidade e pedir ajuda. Ao chegar em casa e ir ao banheiro notei que havia sangue, e assim foram os dias seguintes. Ate que não vendo outra solução é mesmo com medo fui ao médico, mas não relatei tudo (Um conselho,sempre relatem tudo, até o mais simples sintoma faz diferença no diagnóstico), falei apenas da dor, eu queria parar de sentir dor mas tinha medo de ouvir que tinha algo grave. 


Ele me pediu uns exames e uma ressonância, que acusou uma pequena hérnia umbilical. E cada dia mais debilitada, fui encaminhada para uma cirurgiã que ao me examinar começou a me questionar se era só a dor que eu sentia, pois o local da dor não era o da hérnia, e que ela só podia me ajudar se eu falasse tudo. Falei e ouvi o que temia: "Luciana ou você está com câncer ou você tem Doença de Crohn".... Meu mundo caiu, mas decidi enfrentar o que viria e lutar. Feito todos os exames,quando ela abriu ela me disse "Você tem Crohn!". Começava ali uma batalha árdua. Encaminhada pra uma gastro iniciei o tratamento com Sulfassalazina e prednisona, tive muitas reações e minha hemoglobina foi a 8, sintomas cada vez mais agressivos, dores nas juntas que para andar precisava de ajuda. 
Nao vendo outra saída e tentando me salvar, em novembro ela me encaminhou para o Ambulatório de DII HU/UFJF ,onde fui muito bem acolhida por toda a equipe médica. Trocaram minha medicação e iniciei com azatioprina, mas ao invés de melhorar com 30 dias de uso iniciei uma pancreatite.... azatioprina suspensa e eu sem nada de melhora. Iniciamos o processo para o Infliximabe, e nesse período bem debilitada, cansada e não vendo solução eu comecei a entregar os pontos, desanimada fui para mais uma consulta, mas como Deus sempre nos apresenta anjos nos momentos mais difíceis, nesse dia conheci um que iria me ajudar a lutar contra essa doença. Nunca vou me esquecer da frase que a Dra Liliana Chebbli me disse "Nós vamos lutar, e não vamos desistir. Estamos aqui para ver você bem e vamos lutar por isso!". E começamos a nossa luta, e estamos lutando até hoje. 
Iniciei o Infliximabe, me recuperei bem, já não tinha quase nenhum sintoma e foi assim por um ano e meio. Em novembro de de 2015 deu uma forte reação durante a infusão (choque analfilatico), e a opção era iniciar com Adalimumabe (Humira). 
Em janeiro desse ano no dia 30, aguardando o remédio ser liberado, passei por um momento delicado, tive uma obstrução e fui operada ás pressas, cirurgia delicada, 8 dias no hospital, cirurgia que devido à complicações só foi cicatrizar com 2 meses. 
Iniciei após a cicatrização o Humira, estava tudo certinho no tratamento e em maio comecei com febre, e fazendo exames descobriu-se um abcesso. Foram 9 dias com dreno internada e a certeza de ter resolvido. Final de junho novamente febre alta e muita dor, nova internação e novamente outro abcesso sendo operada no dia 30/06. Recuperei bem, em julho um novo exame de controle e novo abcesso, sendo operada no dia 06/08. 
Achavamos que havia resolvido, mas o abcesso voltou e trouxe junto fístula. Fui operada no dia 07/10 e hoje ao escrever esse relato, me encontro em recuperação ainda com dreno e repouso. Recuperação bem dolorida, bem lenta, mas creio que vai dar certo.
O crohn me deu sentido na vida de uma maneira um pouco drástica, não tanto como quem faz quimioterapia por exemplo, mas mesmo assim drástica. O crohn me abriu portas, me deu coragem e poder para peitar antigas limitações e dificuldades. O crohn foi o chacoalhão que eu precisava para perceber que o meu corpo necessitava de uma pausa, de cuidados e de aprendizado. Com ele eu aprendi a agradecer mais, a me impor, a não guardar mágoas, a confiar no futuro, a perdoar, a ver o que é importante, a aprender algo com tudo que acontece na minha vida, que doenças como o crohn e tantas outras precisam ser vividas com leveza por que não há outra saída, aprendi a brindar a vida, a me cuidar mais e a viver.
O crohn me abriu portas para novos sonhos, novos projetos e para uma nova visão de vida. O crohn me presenteou com uma família  linda (Crohnpanheiros My Family), me fez aprender a dar valor a pequenas coisas, à minha família, aos meus amigos que de perto e de longe que fazem questão de me dá forças e me apoiar em todos os momentos.
O diagnóstico, o tratamento, a sobrevida, as mudanças na vida, o aprendizado, os sonhos e os novos projetos são apenas o começo.
O susto inicial foi indescritível, os medos incontáveis. Quando olhava para frente, parecia que seria uma vida toda de luta. Hoje, quando olho para trás,vejo que são quase 3 anos de um aprendizado divino.
Foram vários medicamentos desde o início, perdi metade dos meus cabelos, engordei 30kg com corticoide e vivi todos os efeitos colaterais possíveis. Mudei hábitos alimentares e de vida.
E hoje estou aqui: mais forte e feliz do que quando tudo isso começou. A vida ganhou novos olhares e novos objetivos também.
Contei com apoio, orações e energias de muitas pessoas - as quais serei eternamente grata. E em todos os momentos me apeguei a Deus, que foi inviolavelmente minha fortaleça, meu alicerce.
Acreditem e façam sua parte. Deus é perfeito em suas ações. O crohn para mim foi um renascer. Que ele também fortaleça todos que passarem por este desafio...
E que venha vida,vida e mais vida!!

Meu nome é Luciana Alves Oliveira, tenho 34 anos, moro em Juiz de Fora/MG, sou Técnica de Enfermagem, tenho Doença de Crohn. Meu perfil no Facebook: https://www.facebook.com/lucianna.oliveira.3

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