"Nóis"
tava plantando uma gastrite sem saber. PS: Por
favor, não sejam mais essas crianças e se você tem Doença Inflamatória Intestinal - doença de Croh e retocolite ulcerativa, CUIDADO!
ENTENDA:
O ácido
acetilsalicílico, chamado abreviadamente de AAS, é um fármaco do
grupo salicilato, presente no mercado desde 1899 sob o nome comercial de
Aspirina® , da empresa alemã Bayer.
O AAS também
pertence ao grupo dos anti-inflamatórios não esteroides (AINES), o mesmo dos
famosos diclofenaco, ibuprofeno, nimesulida e cetoprofeno. Entretanto, a
aspirina apresenta alguns efeitos benéficos e colaterais particulares que a
diferencia do resto dos anti-inflamatórios (leia: ANTI-INFLAMATÓRIOS
| AÇÃO E EFEITOS COLATERAIS).
Uma
particularidade da Aspirina é o fato de que, dependendo da dose usada, seus
efeitos são completamente diferentes. A partir da dose 500 mg, o AAS exerce
seus efeitos anti-inflamatório, antipirético (contra febre) e analgésicos
(contra a dor). Quando usado em doses mais baixas, 100 mg ou 200 mg, o AAS
apresenta apenas um efeito de inibir a ação das plaquetas do sangue.
EFEITO
ANTIAGREGANTE DO AAS (ASPIRINA)
O AAS é hoje
em dia muito mais usado como um antiagregante plaquetário do que como
anti-inflamatório. Vamos explicar.
As plaquetas
são as células do sangue responsáveis por iniciar o processo de coagulação. A
coagulação é um mecanismo de defesa do corpo para estacar sangramentos. Quando
um vaso sofre alguma lesão, um punhado de plaquetas se dirige ao local,
agregando-se de modo a formar uma espécie de rede protetora, estancando o
sangramento até a chegada dos fatores da coagulação que vão fazer o reparo
definitivo da lesão. A perfeita função das plaquetas é, portanto, essencial
para uma boa coagulação.
A Aspirina
tem como um dos seus efeitos inibir essa agregação das plaquetas, tornando o
processo inicial da coagulação mais difícil de ocorrer. Esse é o efeito
conhecido popularmente por “afinar o sangue”.
Mas por
que os médicos precisam afinar o sangue, isto é, inibir a agregação plaquetária
em alguns doentes?
A trombose é
basicamente uma coagulação anormal que ocorre dentro do vaso sanguíneo,
impedindo o fluxo de sangue. Uma trombose dentro de uma coronária é a causa do
infarto do miocárdio, assim como uma trombose dentro de um vaso cerebral causa
AVC. O uso contínuo de AAS dificulta a formação de coágulos, o que acaba também
por dificultar a formação de trombos.
Portanto, o
uso da Aspirina está indicado em todos os pacientes com risco elevado de
desenvolver trombos.
O AAS é
usado como antiagregante nas doses que variam entre 75 e 325 mg. Doses mais
altas, acima de 200 mg, costumam ser usadas naqueles que já tiveram um evento
cardiovascular. Nos pacientes com elevado risco, mas que nunca tiveram um
evento trombótico anterior, costumamos prescrever o AAS infantil, cuja dose é
de 100 mg.
A aspirina é
uma importante arma para evitar a trombose dos stents colocados
em angioplastia das artérias coronárias. Normalmente ela é prescrita junto com
outro antiagregante plaquetário como o clopidogrel ou ticlopidina, para
potencializar a inibição das plaquetas.
EFEITOS
ANTI-INFLAMATÓRIOS DO AAS (ASPIRINA)
Em doses
iguais ou maiores que 500 mg, a Aspirina age não só como antiagregante
plaquetário, mas também com anti-inflamatório. O seu efeito, porém, é muitas
vezes inferior ao de vários outros anti-inflamatórios mais recentemente
lançados no mercado. O AAS, por exemplo, é um mau analgésico para dores
musculares, cólicas de origem intestinal e inflamações de pele. Existe,
entretanto, algumas doenças onde o efeito anti-inflamatório e analgésico da
aspirina ainda é dos mais eficazes. São elas:
– Febre
reumática (leia: FEBRE REUMÁTICA |
Sintomas e tratamento).
– Pericardite (leia: PERICARDITE AGUDA – Sintomas e Tratamento).
– Artrite reumatoide (leia: ARTRITE REUMATOIDE | Sintomas, diagnóstico e tratamento).
– Doença de Kawasaki.
– Enxaqueca (leia: DOR DE CABEÇA – ENXAQUECA).
– Pericardite (leia: PERICARDITE AGUDA – Sintomas e Tratamento).
– Artrite reumatoide (leia: ARTRITE REUMATOIDE | Sintomas, diagnóstico e tratamento).
– Doença de Kawasaki.
– Enxaqueca (leia: DOR DE CABEÇA – ENXAQUECA).
O ácido
acetilsalicílico também tem se mostrado eficaz em outras doenças, como no
tratamento das cólicas menstruais, na prevenção da pré-eclampsia e na prevenção
de pólipos intestinais e do câncer de cólon .
EFEITOS
COLATERAIS DO AAS (ASPIRINA)
Se o AAS
diminui a incidência de tromboses, por que não usá-lo em todo mundo? Por causa
dos seus efeitos colaterais. Assim como qualquer anti-inflamatório, o AAS
apresenta como efeito colateral uma maior incidência de gastrites, úlceras
gástricas e duodenais, e consequentemente, hemorragia digestiva (leia: GASTRITE
| ÚLCERA GÁSTRICA | H.PYLORI e SANGUE
NAS FEZES | HEMORRAGIA DIGESTIVA). Quanto maior a dose do AAS, maior o risco
de lesão gástrica, porém, mesmo doses baixas como 80 mg apresentam risco.
O AAS se
liga às plaquetas de modo irreversível. Isto significa que aquelas plaquetas
que sofreram ação da aspirina, não conseguirão nunca mais participar da
coagulação. Portanto, o efeito antiagregante do AAS dura o tempo de vida das
plaquetas que é de 5 a 10 dias, ou seja, o AAS tomado hoje fará efeito durante
pelo menos 5 a 7 dias. Esta informação é importante para cirurgias, extração
dentária ou qualquer outro evento potencialmente hemorrágico, quando uma
perfeita coagulação é necessária para a segurança do procedimento.
A inibição
da função das plaquetas também é responsável pela contraindicação do AAS na
dengue (leia:DENGUE
| MOSQUITO DA DENGUE | Sintomas e tratamento) ou qualquer outra doença que
curse com plaquetas baixas como a púrpura trombocitopênica idiopática (leia: PÚRPURA
TROMBOCITOPÊNICA IDIOPÁTICA (PTI)). Imaginem o estrago que pode acontecer
quando um paciente que já tem poucas plaquetas e apresenta-se sob risco de
sangramentos, toma uma droga que atrapalha a função destas.
O AAS também
não deve ser tomado em doenças como catapora (varicela) (leia: CATAPORA
(VARICELA) | HERPES ZOSTER) e gripe (leia: DIFERENÇAS
ENTRE GRIPE E RESFRIADO), principalmente por crianças e adolescentes,
devido ao risco do aparecimento da síndrome de Reye, uma doença grave que cursa
com edema cerebral e insuficiência hepática fulminante.
A aspirina,
assim como qualquer outro anti-inflamatório, deve ser evitada em pacientes com
insuficiência renal crônica. Quanto maior a dose, maior o risco de piora da
função renal (leia: REMÉDIOS
QUE PODEM FAZER MAL AOS RINS). O seu uso só deve ser admitido quando os
benefícios compensam os riscos, como, por exemplo, AAS em doses baixas em
doentes com alto risco cardiovascular.
O uso
crônico de aspirina também está associado a um maior risco de presbiacusia,
conhecida como surdez do idoso (leia: SURDEZ |
Deficiência auditiva no idoso).
Fonte: MD Saúde
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